quarta-feira, 5 de fevereiro de 2014

POLÊMICA: Sindicato dos Jornalistas do Rio repudia declarações de Rachel Sheherazade no Jornal do SBT

Apresentadora do SBT faz apologia
 à violência
Por Redação do Fazendo Média

O Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Rio de Janeiro e a Comissão de Ética da entidade repudiaram “radicalmente” a “grave violação de direitos humanos e ao Código de Ética dos Jornalistas Brasileiros”, se referindo a declarações da âncora Rachel Sheherazade durante o Jornal do SBT.

“O desrespeito aos direitos humanos tem sido prática recorrente da jornalista, mas destacamos a violência simbólica dos recentes comentários por ela proferidos no programa de 4 de fevereiro”, afirmou em nota a entidade.

“Sheherazade violou os direitos humanos, o Estatuto da Criança e do Adolescente e fez apologia à violência”, destacou o Sindicato. A apresentadora afirmou achar que “num país que sofre de violência endêmica, a atitude dos vingadores é até compreensível”.


Ela se referia ao grupo de rapazes que, na última sexta-feira (31), prendeu um adolescente acusado de furto e, após acorrentá-lo a um poste no Aterro do Flamengo, o espancou, torturou, filmou e divulgou as imagens na internet.

O bando – que se intitulou “Justiceiros do Flamengo” – foi preso na madrugada da terça-feira (4) e encaminhado à 9ª DP (Catete). Os suspeitos estavam na pista de skate do Parque do Flamengo quando foram surpreendidos pelos policiais.

Segundo informações do jornal ‘O Dia’, os presos maiores de idade foram autuados por formação de quadrilha e corrupção de menores. Já os menores de idade foram enquadrados por formação de quadrilha. Eles pagaram fiança e foram liberados. Segundo moradores, o grupo vem atuando no bairro desde o ano passado. Eles agridem e torturam pessoas que julgam suspeitas. As atitudes foram consideradas “até compreensíveis” pela apresentadora do SBT.

O Sindicato e a Comissão de Ética do Rio de Janeiro solicitaram à Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj) que investigue e identifique as responsabilidades. “É preciso lembrar que os canais de rádio e TV não são propriedade privada, mas concessões públicas que não podem funcionar à revelia das leis e da Declaração Universal dos Direitos Humanos”, afirmou a nota.

Assista o vídeo:





Leia a nota do Sindicato na íntegra:

“O Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Município do Rio de Janeiro e a Comissão de Ética desta entidade se manifestam radicalmente contra a grave violação de direitos humanos e ao Código de Ética dos Jornalistas Brasileiros representada pelas declarações da âncora Rachel Sheherazade durante o Jornal do SBT.

O desrespeito aos direitos humanos tem sido prática recorrente da jornalista, mas destacamos a violência simbólica dos recentes comentários por ela proferidos no programa de 04/02/2014 (http://bit.ly/1g33bNO). Sheherazade violou os direitos humanos, o Estatuto da Criança e do Adolescente e fez apologia à violência quando afirmou achar que “num país que sofre de violência endêmica, a atitude dos vingadores é até compreensível” — Ela se referia ao grupo de rapazes que, em 31/01/2014, prendeu um adolescente acusado de furto e, após acorrentá-lo a um poste, espancou-o, filmou-o e divulgou as imagens na internet.

O Sindicato e a Comissão de Ética do Rio de Janeiro solicitam à Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj) que investigue e identifique as responsabilidades neste e em outros casos de violação dos direitos humanos e do Código de Ética dos Jornalistas Brasileiros, que ocorrem de forma rotineira em programas de radiodifusão no nosso país. É preciso lembrar que os canais de rádio e TV não são propriedade privada, mas concessões públicas que não podem funcionar à revelia das leis e da Declaração Universal dos Direitos Humanos.

Eis os pontos do Código de Ética referentes aos Direitos Humanos:

Art. 6º É dever do jornalista:

I – opor-se ao arbítrio, ao autoritarismo e à opressão, bem como defender os princípios expressos na Declaração Universal dos Direitos Humanos;

XI – defender os direitos do cidadão, contribuindo para a promoção das garantias individuais e coletivas, em especial as das crianças, adolescentes, mulheres, idosos, negros e minorias;

XIV – combater a prática de perseguição ou discriminação por motivos sociais, econômicos, políticos, religiosos, de gênero, raciais, de orientação sexual, condição física ou mental, ou de qualquer outra natureza.

Art. 7º O jornalista não pode:

V – usar o jornalismo para incitar a violência, a intolerância, o arbítrio e o crime;

Também atuando no sentido pedagógico que acreditamos que deva ser uma das principais intervenções do sindicato e da Comissão de Ética, realizaremos um debate sobre o tema em nosso auditório com o objetivo de refletir sobre o papel do jornalista como defensor dos direitos humanos e da democratização da comunicação.”


Fonte: http://www.fazendomedia.com/sindicato-dos-jornalistas-do-rio-repudia-declaracoes-de-rachel-sheherazade-no-jornal-do-sbt/

2 comentários:

Klennyo Andrada disse...

É incrível ouvir de uma mulher que exorta veementemente valores cristãos, defendendo uma "moral" divina, fazer uma apologia descarada ao crime! excitando a violência e fazendo com que cidadãos de bem desconsiderem a lei e a justiça brasileira para se tornarem criminosos também.

formadores de opinião como Rachel Sheherazade, devem ser banidos da Tv brasileira!!

Klesty Andrada disse...

É exatamente dessa forma que eu penso. Mas antes que algum fã da Raquel faça críticas ao post e ao meu comentário, quero esclarecer uma coisa.

Em alguns casos, os comentários da da jornalista em questão vieram bem a calhar, é muito importante que alguém de representatividade social aponte as falhas do governo, pois isso nos faz melhor.

Mas nesse caso, a jornalista passou dos limites da ética profissional e negligenciou o poder da informação que emissora possui quando fez um comentário tão comprometedor.

Em outro comentário, ela critica o carnaval e, não era pra ser diferente, pois ela é evangélica. No comentário ela chama o carnaval de circo e criticou políticos e donos de escolas de samba que lucram com o carnaval.

Mas o que há de errado nisso? É bem verdade que existem negócios ilícitos no carnaval, mas há também nas festas juninas e no natal... Mas nem por isso o país vai abrir mão de um patrimônio cultural que é o carnaval muito menos impedir que as pessoas ganhem dinheiro com ele.

Mas nenhum dos comentários dela foi tão longe quanto o ultimo, pois em rede nacional a jornalista acabou fazendo apologia ao crime quando diz que a atitude dos milicianos era "legítima defesa coletiva" e disse ainda que a tal atitude era até "compreensível".

Bom... é verdade que um cidadão brasileiro pode dar voz de prisão a um meliante, mas jamais pode sentenciá-lo. Não se deve confundir isso!

Lembrem-se que o país tem um problema social sério e que a culpa daquele "marginalzinho" ser quem ele é não é só dele.